terça-feira, 27 de novembro de 2012

Memória e Identidade Docente

Quem somos e como podemos, por meio das memórias, construir nossa identidade profissional?

Discutir a nossa identidade como docente nos remete, necessariamente, às lembranças de quem somos ou fomos. Consigo me  lembrar do primeiro dia de aula, bem como da minha primeira  escola, primeira professora, e logico jamais esqueço a Cartilha Caminho Suave  rs
Enfim, essas lembranças associadas   influenciaram na elaboração do conceito de “bom ou mau professor”. Cartilhas que, de algum modo, definiram o nosso conceito de alfabetização. Tais lembranças fazem parte daquilo que sou como pessoa e professora, ou seja, de nossa memória.
E sabido que a  palavra memória vem do latim memorïs.
Memória é a faculdade de lembrar e conservar estados de consciência passados e tudo quanto a eles está relacionado. (Horta e Priore, 2004, p. 3)


O conceito acima nos remete a dois elementos básicos: o primeiro, a memória é sempre a capacidade de lembrar; o segundo, ela conserva os conhecimentos e experiências que uma pessoa incorpora na sua existência. Todos os conhecimentos do passado e experimentações pelos quais o ser atravessou na vida, isto é, alegrias, tristezas, afetos, desafetos, medos e desejos. A memória é, portanto, a reconstrução do passado no presente, ou seja, consciência presente da realidade passada.

Assim, toda memória humana é a memória de alguém, remete à pessoa que lembra, que se conhece e reconhece por meio de suas lembranças.

Nesse sentido, a memória é herdeira do modo como percebemos e imaginamos os nossos sonhos e ilusões. Ela nos ajuda a afastar a rotina e pode ser descrita em um contínuo de fatos descontínuos, isto é, a memória não tem compromisso com o pensamento racional. Ela é sempre seletiva, pois, como nos afirmou Freud, evita as lembranças traumáticas dolorosas.
A memória humana também é afetiva. Este lado afetivo modelado pelo social, como por exemplo: o amor, o ódio, o ciúme, a inveja, a solidão, entre outros sentimentos são elementos que nos levam a recordações.

Os sentimentos não deevm ser confundidos com emoções, pois eles não são reações momentâneas, mas, sim, formações mentais duradouras que caracterizam a nossa relação afetiva com outras pessoas ou coisas, afinal só se pode amar ou odiar aquilo que conhecemos. Nesse aspecto, é como se a memória tivesse cheiro, cor e sabor.
Talvez essa afirmaçao justifique todo meu amor pelo magisterio, tenho a memoria de cada etapa que percorri na vida escolar de educando a educadora, os exemplos as professoras que exerciam total fascinio pelo conhecimento pela afetividade desenvolvida em sala de aula e que muitas vezes se extendia fora do ambito escolar.
Assim sendo, o que somos está atravessado em nossas experiências escolares: os juízos provenientes de tradições escolares, pedagógicas e profissionais que assimilamos e interiorizamos no nosso percurso escolar, “valores, normas, tradições, experiência vivida são elementos e critérios a partir dos quais o professor emite juízos profissionais” (Tardif, 2002).



Tenho  em memória o aluna que fui e que ainda sou tenho a consciencia que sempre serei aluna afinal a vida  e isso uma aprendizagem, constante afinal  instituição escolar é um espaço significativo de memórias, que ultrapassam os muros e ganham ocupam uma  temática central  imprescindíveis para a vida a fora pois ao mesmo tempo em que “forma personalidades”, alimenta o desejo de um tempo e de um espaço para formaçao e crescimento constante.



[...] a memória mais individual é social, pois seus quadros são feitos de noções que refletem uma significação social e a visão de mundo de um grupo. O fio condutor que percorre seu livro é que a lembrança é uma reconstrução do passado a partir da representação que um grupo possui de seus interesses atuais.


(Horta e Priore, 2004, p. 6)



Para Le Goff (1990), a memória deve ser liberação e não escravidão, pois ela é sempre, como já disse, memória de alguém, que muda e se transforma diante de suas lembranças. Cabe muitas vezes por construir uma identidade diferente da já existente no grupo social ou familiar, sendo, portanto, identidade construída na mudança.
ParaHorta e Priore (2004),oinverso também pode ser verdadeiro. Um grupo ou um povo pode se destruir pela memória construída. Quando pensamos que memória é também a memória de lugares, podemos pensar e nos perguntar: por quais modelos uma nação ou grupo social vão embasar suas memórias? Muitas vezes, as lendas, os mitos e as tradições de um grupo social podem vir à tona por meio de estudos históricos e/ou arqueológicos, isto é, ossos, documentos dos baús, e trazer a verdade de uma herança cultural muitas vezes negada.

O aprendizado e o conhecimento desses processos de memória são fundamentais para a elaboração e compreensão da nossa própria identidade familiar e docente. Particularmente percebo e consigo rever alguns valores bem como praticas pedagogicas quando compreendo o que foi a educaçao no periodo Militar o que de fato mudou e se arrasta desde da epoca onde os Jesuitas tinham o controle da nossa Educaçao.
Por meio de fragmentos encontrados nos diferentes baús (pessoais, coletivos e institucionais), como a escola, levam-nos a rever nossa história, desconstruir mitos e as verdades estabelecidas e verificar como esses mitos foram sendo construídos ao longo do tempo.

Um mito recorrente na nossa profissão é que o professor sempre ganhou bem; ou que a escola de antigamente era melhor. Hoje esses mitos podem ser negados com base em pesquisas documentais.  Esses saberes são indispensáveis à nossa identidade docente como a todo processo educacional. Conforme Nóvoa (1995, p. 17) a “maneira como cada um de nós ensina está diretamente dependente daquilo que somos como pessoa quando exercemos o ensino”. Nao tenho a menor duvida sobre tal afirmaçao creio que o percursso  que cada professor faz na construção de sua identidade profissional é o que define a singularidade docente, ou seja, determina o modo de cada um ser professor.
Esses processos são delineados pelas concepções que o docente tem sobre a educação pelas escolhas metodológicas, pelo seu estilo pessoal e pela reflexão e ação. Apoiado no conceito de autoidentidade, Giddens defende que as identidades se inscrevem em um processo reflexivo, ou seja, algo que precisa ser rotineiramente criado e sustentado nas atividades reflexivas, implicando em um processo de (re)construção contínua da identidade profissional. Para tanto, segundo Arroyo (2000, p. 13)

Justifico ai uma pratica que me acompanha ha 26 anos , guardo cadernos de anotações de aula, cadernos de recordações, provas, colas, jornais escolares, bilhetinhos, fichas de aulas, cadernos de planejamento, recados aos pais, fichas de avaliação atualmente monto pps com as artividades desenvolvidas , procuro inovar sempre sem perder  o verdadeiro foco, trazer e instruir alunos e pais para esse processo maravilhoso ativo que se chama Aprendizagem  rumo a  cidadania e o consequentemente exercicio pleno da democracia , para que em um futuro bem próximo, Tenhamos  como resgatar tudo isso por meio de sua autobiografia, ou mesmo para que esse material todo nos ajude a reconstruir a história da educação.
Que possamos nos sentir de fato responsavel por avanços e nao conivente ou  omisso.









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