domingo, 26 de junho de 2011

Afetividade -Ponto de vista


Cada criança tem características próprias tem aquelas mais tímidas (que demoram interagir com o grupo), essas precisam de estímulos para garantir a interação. Outras são bem agitadas e interagem com mais facilidade.
O professor tem que conhecer a sua turma para saber lidar com todos os tipos de situação, porque o educando necessita na maioria das vezes da intervenção do professor para que ele se sinta seguro para se relacionar com o grupo e assim garantir uma troca de saberes.


A afetividade:
Existe uma grande divergência quanto à conceituação dos fenômenos afetivos. Na literatura encontra-se, eventualmente, a utilização dos termos afeto, emoção e sentimento, aparentemente como sinônimos. Entretanto, na maioria das vezes, o termo emoção encontra-se relacionado ao componente biológico do comportamento humano, referindo-se a uma agitação, uma reação de ordem física. Já a afetividade é utilizada com uma significação mais ampla, referindo-se às vivências dos indivíduos e às formas de expressão mais complexas e essencialmente humanas.
A partir da prática docente presente na vida profissional do educador, observa-se que as crianças de aproximadamente 9 anos de idade apresentam comportamentos, atitudes, dificuldades na área cognitiva, intelectual, física e social, pre-relacionados às questões da afetividade.
Para que todas as habilidades que estas crianças possuem na faixa etária de 9 anos, são necessárias um pleno desenvolvimento humano. Contudo, as mesmas necessitam conviver em um ambiente onde as relações afetivas se fazem presente como na escola, em casa, na comunidade e nos demais meios que as cercam.
Segundo pesquisas sobre a teoria de Wallon, entendemos afetividade como uma das etapas pela qual percorre a criança desde a primeira infância. Um recém- nascido, mesmo antes de instituir uma relação no sentido de conhecer e descobrir o mundo físico possui um sentimento de afetividade. Dependendo de sua condição familiar e o ambiente que vive, esta “emoção” gerada o acompanhará pelo resto de sua vida
Afetividade como domínio funcional é uma das etapas que a criança percorre, Segundo WALLON (1981), um recém-nascido antes de instituir uma relação no sentido de conhecer, descobre o mundo físico, permanece por um período voltado a si mesmo, como se estivesse desenvolvendo determinadas habilidades para posteriormente interagir com o mundo.
A afetividade simples se manifesta em expressões motoras, que vai evoluir para o comportamento mais complexo, mais tarde a comunicação se diversifica através da linguagem, suprimindo em parte a sensibilidade orgânica pela sensibilidade oral, e assim a linguagem vai cada vez mais desenvolvendo a sensibilidade da criança, tornando a comunicação oral uma forte relação de negociação consigo mesma.
A afetividade estende-se às etapas evolutivas, sendo a primeira ligada à base orgânica refletida no bem estar ou mal estar, com início no estágio de impulso próprio, nos primeiros dias de vida do bebê. Com influência do meio, a afetividade orgânica se manifesta em gestos simples transformando-se em meios de expressão diferenciados refletidos no período emocional.
Podemos observar que na teoria Waloniana a afetividade é o ponto de partida do desenvolvimento do indivíduo. É a partir da organização do contato com o outro, que a criança cria um vínculo afetivo com a mãe através da amamentação que logo é substituído por uma relação mais estreita de contentamento tanto para a criança quanto para a mãe.

Nesse período, as relações familiares são de extrema importância para o crescimento e o desenvolvimento do homem, pois o meio é uma circunstância de modelagem e significação para o indivíduo. Aos poucos a diferenciação do meio social e suas mudanças passam a formar grupos que vão conquistando a afetividade de maneira diferenciada de si e dos outros, e consequentemente a base do seu próprio “eu”. Mas essa formação de personalidade, segundo WALLON (1981), acontece de forma gradativa passando por um processo que percorrerá os estágios do desenvolvimento.

Também inclui os sentimentos, a afetividade que é subjetiva tendo mais duração e maior significado. As emoções por sua vez são verdadeiros sintomas imediatos como fortemente orgânicos. Segundo WALLON (1981), a emoção deve ser diferenciada de algumas manifestações afetivas. Em sua teoria, verificamos que o relevante seria a emoção refletida na sala de aula, pois a escola muitas vezes só mantém a função de transmissora do conhecimento, ignorando o trabalho paralelo do desenvolvimento humano, relacionado ao aspecto cognitivo, pois na verdade, os aspectos afetivos são considerados como processos distantes da relação do conhecimento.

Assim é desconsiderada também a relação entre a afetividade e a inteligência, enquanto que os dois aspectos são concomitantes entre si, pois ao mesmo tempo em que a afetividade se estende ao desenvolvimento do indivíduo, a inteligência caminha paralelamente, a esse processo de desenvolvimento integrado.

O aspecto motor fica como uma ação que altera o desempenho cognitivo e intelectual, associando à falta de atenção e compreensão as regras na sala de aula.

A comunicação na relação educativa tende a eliminar esse aspecto, considerado uma ameaça no desenvolvimento da aprendizagem, concentração das crianças, interpretando a disciplina. De acordo com WALLON (1981), os movimentos podem gerar emoções e ser representados neles, facilitando sua aprendizagem.

A criança pode indicar estados emocionais, partindo dos movimentos por elas executados, e que devem ser levados em consideração no contexto da sala de aula.
Na verdade, as atitudes dos professores diante da alegria, do medo ou da tristeza são variadas, procurando mostrar ao aluno que o seu comportamento foi inoportuno naquele momento, e que o desagradou.
Por esse motivo, os professores necessitam ter acesso a mecanismos que reduzam a emoção, ou que ao menos os deixem menos vulneráveis a ela.
A representação é uma forma de reduzir uma crise emocional, algumas técnicas como dramatização, desenho, relato oral, podem ser usados com o intuito de resolver os conflitos que surgiram e proporciona a estabilidade emocional a todos.
Na teoria Walloniana o meio, tanto físico como social em que a criança vive é muito importante, exercendo uma grande influência no desenvolvimento da mesma.
Nas relações humanas, os estímulos cognitivos e afetivos são extremamente importantes na construção do sujeito.
Todo trabalho desenvolvido pelo professor na escola depende de envolvimento afetivo, por parte do trabalhador.
Esta relação afetiva trará enorme contribuição para a educação.

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