segunda-feira, 15 de abril de 2013

Deficiência Intelectual realidades e Realidades


DISCUSSÃO TEÓRICA DOS RESULTADOS




Os resultados mostraram que, apesar da maioria dos professores tem ou já tiveram alunos com Deficiência Intelectual em sala de aula, a maioria não possui cursos de formação continuada
em deficiência intelectual e/ou
educação inclusiva. Isso discorda das ideias de Padilha (2004, p.96) que ressalta ser fundamental que o professor da escola regular seja devidamente capacitado para receber esse novo alunado que está chegando à escola, pois “juntar alunos em sala de aula não lhes garante ensino, não lhes garante escola cumprindo seu papel, não lhes garante aprendizagem e, portanto, não lhes garante desenvolvimento”.
Outra questão a observar é que, para os professores, é um grande desafio ter alunos com Deficiência Intelectual em sala, pois não optaram por trabalhar com esses alunos, não se prepararam para trabalhar com alunos com Deficiência Intelectual, o aluno necessita de uma atenção especial e os professores não se sentem preparados para dar toda essa atenção de que os alunos com Deficiência Intelectual necessitam, pois não foram preparados. Esse resultado vai de encontro aos estudos de Oliveira e Miranda (2006) e, para as autoras, essa resistência em enfrentar esse desafio decorre da ausência de formação continuada e da não problematização do assunto. Esse resultado indica a importância de tornar os educadores sensíveis à problemática de se trabalhar com alunos com Deficiência Intelectual e/ou outras deficiências em favor da educação inclusiva.
As pesquisas desenvolvidas por Tessaro (2005) mostram resultados semelhantes, nos quais os professores expressaram sentimentos como: “medo”, “repulsa”, “impotência”, “insegurança” e “ansiedade” em relação ao aluno deficiente incluído na sala de aula regular. Assim, observa-se, nos dados acima que os professores não têm subsídios suficientes a cerca dos princípios que orientam a inclusão.
Contudo a maioria dos professores mostrou que vêem seu aluno com Deficiência Intelectual como uma pessoa normal, porém com limitações, que necessita de um atendimento individualizado e maior tempo para realização de suas tarefas, conforme enfatiza Herrero (2000) que o aluno com necessidades especiais deve ter as mesmas experiências da escola regular em um ambiente menos restritivo possível. Quanto aos professores que perceberam seu aluno como uma pessoa que necessita de muita assistência e diz que não tem condições de ajudá-lo, Herrero (2000) alerta a necessidade de uma atitude positiva em relação à inclusão.
Para o sucesso e inclusão do aluno com Deficiência Intelectual alguma opiniões dos professores como: redução de alunos por turma, recursos didáticos, mais um professor em sala, cursos de aperfeiçoamento na área, envolvimento de toda a comunidade escolar e de forma especial a sala de recursos, apoio da família na realização das atividades e mudança no modelo educacional brasileiro; estão de acordo como o que é relatado por Herrero (2000) que recomenda a redução de alunos por turma, professor auxiliar, curso de aperfeiçoamento.
Quanto a percepção do aluno o resultado mostra que o mesmo gosta da sala, e que a maioria dos professores o ajuda quanto está com dúvida no conteúdo, mas que os colegas não, mas ressalta que os professores poderiam ser mais tranqüilos e compreensivos. Para Herrero (2000) os professores devem, como primeiro objetivo, desenvolver a aceitação e o respeito pelas diferenças, pois estabelece um ambiente positivo dentro da classe. Piletti (2004) enfatiza que se um aluno percebe indiferença e exclusão por parte do professor, sua atenção estará voltada para a autodefesa,enquanto deveria estar focada no conteúdo a ser aprendido.
Na relação aluno-aluno, alguns professores e o aluno observaram que às vezes há discriminação por parte dos colegas, pois o acham menos capaz. Quanto a isso, Patto (1997) esclarece que o professor tem o papel explicito de interferir nessa interação independente ou não de situações informais e que o aluno não é somente sujeito da aprendizagem, mas aquele que aprende junto ao outro o que seu grupo social produz, tal como: valores, linguagem e o próprio conhecimento.
Segundo os professores, os resultados relativos à participação da família mostram que a mesma é ausente e só participa em reuniões convocadas pela direção e por isso não há interação. Observa-se que o professor tem contato com os pais nas reuniões de classe, desta forma poderia ser haver a troca de informações com os pais acerca das melhores estratégias de ensino para o aluno em questão.
A respeito da inclusão, os resultados apontam uma realidade das escolas: a inclusão é necessária, entretanto o que falta é o preparo dos profissionais, recursos pedagógicos, apoio de profissionais especializados. Idéias parecidas as encontradas nos estudos de Tessaro (2005) no qual professores citaram esses aspectos indicando a necessidade de um maior investimento no processo inclusivo, bem como maior envolvimento dos professores nas discussões, planejamento e na implementação da educação inclusiva.

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