quarta-feira, 13 de abril de 2011

A Importância do Brincar na Construção do Conhecimento.




A melhor forma de colocar esse processo em andamento é através do lúdico, do jogo, do brincar. Sabe-se que o ser humano tem recebido muitas designações: Homo Sapiens porque possui como função o raciocínio para apreender e conhecer o mundo; Homo Faber porque fabrica objetos e utensílios, e Homo Ludens porque é capaz de dedicar-se às atividades lúdicas, melhor dizendo, ao jogo. Pode-se dizer que o ato de jogar é tão antigo quanto o próprio homem, pois este sempre demonstrou um impulso para o jogo. Jogar é uma atividade natural do ser humano. Através do jogo e do brinquedo, o mesmo reproduz e recria o meio circundante. Neste sentido, é correto dizer que a brincadeira simbólica fornece à criança a possibilidade de ir ao outro, viver suas respectivas experiências e voltar novamente ao seu próprio mundo. A criança, ao brincar, desenvolve sua capacidade de refletir sobre os fatos reais de formas cada vez mais abstratas, bem como constrói sua realidade, tanto pessoal quanto social. Brincando, a criança conscientiza-se de si mesma como ser agente e criativo. A relação do brincar produz e reproduz emoções, possibilitando nomear e organizar um mundo de caos para um mundo de descobertas, facilitando a abertura para o campo cognitivo. Baseando-se na pedagogia, pode-se dizer ainda que o brincar é a forma mais fácil e real para se estabelecer relações afetivas com a criança, transmitindo-lhe segurança e confiança para que a sua introdução no processo de escolarização seja saudável e prazerosa, sem sofrimentos e culpas. Através do brincar e das gratificações efetivas que acompanham esta atividade, a criança dá vazão à sua ânsia de conhecer e descobrir. Enquanto brinca, a criança está consciente de que está representando um objeto, situação ou fato, mas, ao mesmo tempo, está inconsciente de que esteja representando algo que lhe escapa por estar fora do campo de sua consciência no momento. A brincadeira simbólica, como as demais manifestações simbólicas, daria à criança condições de aprender a lidar com suas emoções e afetos. É particularmente interessante observar um processo análogo nas crianças, com alternância de movimentos com predomínio de abertura, e outros de fechamento, tanto em nível físico-funcional, como em nível simbólico-representativo.

Através da observação das brincadeiras das crianças, constata-se realmente que a cada abertura ao meio corresponde um movimento complementar de interiorização, evidenciando-se a organização interna da ação.

Hoje deixo registrado o sucesso que obtive com uma pequena Brinquedoteca em sala de aula.

Espero que as fotos consigam mostrar um pouco do que pude proporcionar aos meus alunos.


Rosane Aparecida Ribeiro




“O brincar se dá no espaço potencial e é sempre uma experiência criativa, na continuidade espaço-tempo, uma forma básica de viver” (WINNICOTT, 1993, p. 45).

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