terça-feira, 20 de maio de 2014

O perfil do professor garantindo a Inclusão



Com a inclusão, o professor do ensino regular tem uma diversidade cada vez maior de alunos com necessidades específicas. São alunos cegos, surdos, com perdas auditivas leves ou severas, alunos com déficit de atenção ou com hiperatividade... 
Tais características pedem um professor cada vez mais apaixonado pela docência e preparado para todos os desafios vivenciados em sala de aula. Ele precisa desenvolver habilidade, sensibilidade e competência técnica em interações diárias e ter flexibilidade para fazer as adaptações necessárias para favorecer o desenvolvimento da criança e o aprendizado do currículo em voga. É claro que para isso ele precisa se capacitar, estudar, fazer cursos, tudo que o possibilite conhecer profundamente as necessidades específicas de seus alunos. Toda a criatividade possível para lidar com as mais diferentes estratégias pedagógicas será necessária.
É claro que o nosso leitor pode estar se perguntando “como isso é possível, se muitas vezes o professor não tem dinheiro nem mesmo para comprar um livro?”. De fato, a realidade do professor da escola pública no Brasil ainda é crítica. Mas estamos falando, aqui, do ideal. Vamos lembrar que a criança com perda auditiva necessita de mais dedicação do professor. E é disso que estamos falando. Acima das dificuldades, das carências e da falta de uma política de valorização do educador em geral, ressaltamos o perfil de superação necessário para vivenciar essa situação em sala de aula.

O aprendizado do aluno
No caso de criança com deficiência auditiva que está sendo acompanhada na abordagem aurioral, o professor deverá ter conhecimento de “como” e “o quê” falar. Ao falar, deverá dirigir-se diretamente à criança, utilizando vocabulários e comandos simples e claros. Ele também deverá prestar atenção ao utilizar linguagem figurada ou gírias porque precisará explicar ao aluno o significado, assim como ao usar sinônimos. A palavra deverá estar sempre dentro de um contexto significativo, e não isolada, permitindo à criança fazer relações e comentários que possam dar ao professor informações adicionais para uma análise mais aprofundada do desenvolvimento linguístico do aluno.
Outra dica muito importante é que o professor garanta sempre a compreensão das ordens e instruções das atividades de sala de aula. É comum os alunos não fazerem a tarefa por não terem compreendido a instrução do professor.

• Localização do aluno na sala: O professor deve determinar o lugar da criança na sala, garantindo a proximidade entre ambos. No caso de crianças usuárias de aparelhos de amplificação sonora e/ou implante coclear é importante que o falante/professor esteja o mais próximo possível do microfone do aparelho para uma melhor percepção dos sons da fala pela criança;
• Para aprender, toda criança precisa de um ambiente silencioso, especialmente a criança com deficiência auditiva usuária de dispositivos eletrônicos. Se possível a sala não deve ter janela voltada para uma rua barulhenta. No caso dos usuários de aparelhos auditivos, o som é amplificado e qualquer “amassar de papel” poderá se tornar um incômodo.
• Iluminação adequada: Assegure uma iluminação adequada na sala para facilitar a leitura orofacial por parte da criança.
• Comunicação: É imprescindível que todos os colegas e os professores das crianças com deficiência auditiva, usuária de dispositivos eletrônicos, conversem normalmente com elas. O professor tem papel muito importante no acesso, na construção e no aprimoramento da linguagem oral pela criança, por isso ele deve conversar, contar histórias, perguntar, explorar o uso da linguagem oral na sala de aula e garantir a compreensão de tudo o que é dito na sala. O professor deve exemplificar e mostrar para a criança com deficiência auditiva o que as outras crianças estão falando. Assim, a criança com deficiência auditiva se sentirá mais segura para se expor na frente de todos.
Para melhorar a comunicação, o professor deve:
• usar voz clara, em volume e articulação normais
• usar voz interessante e animada
• usar primeiro a voz para chamar a atenção
• estar sempre no campo visual dela ao falar
• reconhecer as tentativas de comunicação da criança
• não usar diminutivos em excesso nem fala infantilizada
• usar palavras-chaves para mudança de assunto ou uma explicação
• dar oportunidade de a criança ser compreendida por todos da sala de aula, aceitando e respeitando suas diferenças individuais.

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