sábado, 2 de abril de 2011

ALFABETIZACAO E LETRAMENTO


Alfabetização, Letramento e Progressão Continuada

Por: Rosane A.Ribeiro Bonsegno 28/08/2006



Dos caminhos a seguir, dois favorecem a intimidade dos alunos com o texto: ensinar a estabelecer previsão e inferência, estratégias que são invocadas na prática da leitura, logo no primeiro contato com o texto e que devem ser 'provocadas' conscientemente pelo professor. Se usadas com clareza, previsão e inferência exigem que o leitor acione conhecimentos prévios, como idéias, hipóteses, visão de mundo e de linguagem sobre o assunto. 'A leitura é uma atividade de procura dos significados tanto dentro como fora da escola.' O ato de ler não se dá linearmente, como um processo contínuo, tranqüilo e sem interrupções. Ao contrário. É uma operação mental complexa marcada por tensões, porque envolve ativamente a pessoa. Ler não é fácil, exige esforço mental e físico, portanto a leitura só desperta interesse quando interage com o leitor, quando faz sentido e traz conceitos que se articula com as informações que já se tem. O desafio de organizar a prática pedagógica a partir do modelo metodológico da resolução de problemas se expressa, principalmente, no planejamento de situações de ensino e aprendizagem difíceis e possíveis ao mesmo tempo, ou seja, em atividades e intervenções pedagógicas adequadas às necessidades e possibilidades de aprendizagem dos alunos. Uma prática desse tipo pressupõe favorecer a construção da autonomia intelectual dos alunos. Particularmente, acredito que um procedimento de grande importância seria esquecer do modelo, da receita a qual o desafio de organizar a prática pedagógica a partir do modelo metodológico da resolução de problemas se expressa, principalmente no planejamento de situações de ensino e aprendizagem difíceis e possíveis ao mesmo tempo, ou seja, em atividades e intervenções pedagógicas adequadas às necessidades e possibilidades de aprendizagem dos alunos. Acreditar que a mudança depende mesmo de cada um de nós, a grande mudança e não se apegar em métodos e sim fazer uma constante auto-avaliação e reflexão de nossas práticas pedagógicas. Se falando em construtivismo não podemos deixar de repensar a progressão continuada, que muitas vezes é interpretada como progressão automática por aqueles que se omitem no verdadeiro papel do educador, demonstrando assim ignorância, esquecendo basicamente de refletir e de pontos básicos como: conhecimento real da proposta (assimilação e real competência), discussão democrática sobre todos os aspectos de uma visão onde não ser perca de vista o objetivo fundamental: a garantia da aprendizagem e da auto-estima dos nossos alunos. Já vivi momentos de desespero achando que a tal progressão e o construtivismo fosse um modelo lindo a se copiar e é óbvio que um modelo lindo tem suas exigências, eu diria 3 metros de seda pura, 3 metros de renda (tudo muito longe da realidade das nossas escolas). Sendo assim o que eu poderia fazer se em mãos só tinha meio metro de chitão, não é? Acho que muitas colegas já tiveram essa impressão, mas é refletindo sempre e muito, que começo a perceber que posso fazer a diferença . Que posso trabalhar de uma forma construtivista sem perder de vista práticas que ainda são importantes aliadas no processo da aprendizagem.Vou construindo um projeto pessoal baseado em uma busca constante de melhores resultados, passo a compreender a progressão continuada como um resultado sério de comprometimento onde o intervir do professor é fundamental, para que não haja duvida na diferença entre automática e contínua. O mais interessante é que mesmo com a visão do belo modelo de seda, percebo que posso fazer até melhor com o meio metro de chita. Nada mais importante do que a criatividade nos dias de hoje, lógico que sempre com muito bom senso e consciência da importância que cada um de nós assume diante dos nossos alunos, independente de métodos ou de política . Construir passo a passo a verdadeira revolução educacional, e essa não há como omitir, nem tão pouco resistir. A resistência à progressão continuada alimenta-se da ignorância, pois não se aprende a reprovar pelo estudo e pelo conhecimento, mas pela falta deles. Aprender a ler é não só uma das maiores experiências da vida escolar, é uma vivência única para todo ser humano. Ao dominar a leitura abrimos à possibilidade de adquirir conhecimentos, desenvolver raciocínios, participar ativamente da vida social, alargar a visão de mundo, do outro e de si mesmo, como disse Carlos Drummond de Andrade no poema 'Infância': 'E eu não sabia que minha história era mais bonita que a de Robinson Crusoé.' A importância de alfabetizar letrando, isto é, ensinar a ler e escrever a partir do contexto das práticas sociais para tornar o indivíduo, ao mesmo tempo alfabetizado (domínio do código escrito) e letrado (uso social da escrita). É necessário pensar alfabetização numa perspectiva de letramento, com o significado de experimentar situações que envolvam a leitura e a escrita numa perspectiva crítica, tendo os professores o papel de oportunizar e concretizar essa proposta. A concretização desta proposta implica o compromisso político de todos os educadores envolvidos, tendo como fim o exercício da cidadania, de forma plena, crítica e consciente. A reflexão constante é uma necessidade para a apreensão da proposta de alfabetizar letrando, quanto uma oportunidade de verificarmos como pode ser construída e desenvolvida a prática pedagógica da alfabetização dentro de uma visão crítica. A todos aqueles que são sensíveis à educação, seja o profissional que atue diretamente na área, seja o pesquisador que tenha interesse pela temática, com destaque especial aos alfabetizadores, que vêem na educação a base para uma formação sólida e consciente do cidadão, recomendo sempre que não tenham medo do novo, nem tão pouco das mudanças tão necessárias. Temos que ousar, intervir, enfim, podemos e temos o dever de fazer a diferença. Deixo aqui um convite à auto-avaliação, ao estudo constante de nossas práticas, para que possamos participar ativamente da revolução educacional. * Rosane A.Ribeiro Bonsegno professora na Rede estadual desde 1986 Atou como Coordenadora Pedagógia por 8 anos na Cidade de SJCampos onde teve a possibilidade de atuar tanto nas áreas do : Ensino Infantil, Médio e Fundamental. Participou da vários projetos enfatizando sempre a pratica pedagógica em suas diferentes areas do saber. Atualmente envolvida em projetos que visam apesar da condição de professora ACT envolve se em constante estudo para a melhora da prática pedagógica.Na USP concluiu projetos dentro da psicanalise infantil area essa que vem atuando desde de 1987 .Cursando o segundo semestre do Letra e Vida através da Diretoria de Ensino de Santos. Uma eterna apaixonada pelo ato de aprender e ensinar sempre

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